sábado, 25 de setembro de 2010

Sem farsas: a transparência


Ando acompanhando de perto a vida de duas meninas e, agora, de uma terceira também. Tenho aprendido muito sobre como esse tipo de relacionamento deve ser e como através dele nós podemos agradar a Deus e buscar santidade. Transparência pra mim é a palavra-chave nisso. Enquanto eu estou ali acompanhando e crescendo com elas, eu estou treinando a minha transparência e, consequentemente, esperando que elas a exercitem também. É difícil ser transparente, nós acostumamos a fingir que o que precisamos mudar simplesmente é coisa pouca e que logo tudo se ajeita. Nós usamos máscaras e, antes que isso pareça total hipocrisia, nós as usamos pra tentar camuflar um pouco a nossa total dependência de Deus, nós gostamos de fingir que nos bastamos.
Discipulado. Não estou procurando meninas perfeitas, mas meninas com vontade de ser mais semelhantes a Deus, meninas que não andam a cinco palmos do chão, mas que desejam de todo coração andar no caminho que Deus tem pra elas. Discipulado é isso: é vida na vida. E quando digo vida, é porque não estou procurando a farsa de uma, mas é aquela vida cheia de falhas que Deus, com todo o amor dele, muda, molda, transforma. Até que tudo esteja de acordo com os planos dele. Aí, como na história da espada, Ele nos usa um pouco e logo nos coloca novamente no fogo, martela, afia. Porque o importante mesmo nunca vai ser o resultado final, mas o processo que passamos para chegarmos onde Deus quer.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Dessa Vez


Esse ano está passando rápido, nem vi o tempo passar. Não consegui acompanhar a passagem dos dias, só deixei eles correrem ligeiros por mim. O verão deu lugar a um outono onde não vi folhas secarem, embora, despercebidamente, as tivesse como tapete para a sola dos sapatos. O inverno chegou tão rápido e com muita intensidade, não fosse o frio rigoroso atingindo meu rosto, não teria notado o céu cinzento ou as chuvas congelantes na vidraça das janelas.
Passei tempo demais envolta em "não-prioridades" e obrigações que vinham com urgência. Deixei meu primeiro semestre sem notar que os meses haviam passado. Janeiro, fevereiro, abril, julho. Os meses saltitavam pelas páginas do meu calendário. Ontem março, hoje setembro. Logo a primavera vai tomar conta dos meus dias, já notei as árvores floridas através da minha janela, vi um pássaro mergulhar por entre as folhas de uma densa árvore que anuncia a chegada das flores, dos frutos, da presença do sol e do verde nessa selva de pedra em que nos obrigamos a viver.
Dessa vez notei as cores, as formas, a mudança no ar. E dessa vez olhei pro meu calendário, já tão surrado de tanto folhear, e apreciei a passagem de um dia, com calma e sem hora marcada. O tempo passar e levar os dias consigo é inevitável, mas deixar-se preso num calendário que não para de mudar é opcional. Decidi ver os dias passarem, num compasso mais lento, alegre e vibrante, a cara da estação que está por vir e, dessa vez, vou notar quando ela chegar.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Tempo, tempo, tempo...


...AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH!
Estou me sentindo extremamente cansada. No presente momento, estou abrindo mão de alguns minutos de sono pra escrever aqui, porque não tenho outro horário no qual eu consiga escrever.
Tem muitas coisas muito legais acontecendo na minha vida, mas eu mal consigo assimilar essa felicidade que eu estou sentindo, porque o relógio me puxa pra realidade e eu me encontro atrasada e perdida no meio de tantos tic-tac's ininterruptos.
Tenho cinco livros pra ler, quatro ensaios por semana (às vezes, três, mas sempre dois), aulas pra comparecer, um curso pra ir, um emprego pra me dedicar, pessoas que dependem de mim, uma família que eu mal consigo ver, amigos que vão ficando pra depois, horas de sono que vão sendo adiadas pra nunca serem recuperadas. E tenho pouca idade e muitas responsabilidades. E é isso que mais me frustra, saber que eu não tenho que carregar todo esse peso, não agora e nunca dessa forma.
Eu acabo fazendo tudo meia-boca, tiro o atraso das minhas leituras no ônibus, entre um lugar e outro. Estou sempre com a cabeça na próxima coisa a ser feita e nunca na que estou fazendo na hora. Vou deixando pra depois o que eu gostava de fazer, vou fazendo tudo por obrigação, ou quase tudo. Me faltam meus momentos de ficar em silêncio, de colocar minha vida na minha frente e visualizar ela num geral.
Tem coisas muito importantes que eu fico deixando pra depois e negando também, só porque precisaria despender mais tempo, coisa que eu não tenho. Tem situações que eu preciso pensar em como vou agir, mas não consigo nem encará-las porque elas estão fora da minha rotina estressante.
A única coisa que eu realmente sei agora é que alguma coisa vai ter que ser jogada pro alto. E eu até já sei o que vai ser. Só não sei como que eu vou comunicar isso.