quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Fragmento da realidade


Não é só caminhar, só passear, só sair de casa; é bem mais que "só" isso. Me deparei com a pequena verdade de que gosto daquilo que poucos veem e muitos passam batido. São aquelas frases que se ouve em uma conversa paralela, uma bola gigante daquelas com neve dentro, uma criança que te dá oi sem nem ao menos te conhecer. É "só" isso, mas é muito pra mim. Não que as situações que chamam a atenção geral não me façam olhá-las. Mas é que essas meio escondidas e tão mais comuns me parecem importantíssimas também. Como a cena da foto, não pude deixar de notar esse menino tentando arrancar o cercadinho da decoração de natal do shopping para alcançar o pinguim em sua frente. Esse menino se esforçou durante um certo espaço de tempo para tentar alcançar de qualquer forma aquele pinguim, nem que fosse somente um dedo e por bem menos tempo do que o de seus esforços para chegar até ali. Aquele pequeno espaço de tempo arrancou uma risada de mim, até deu tempo de pegar a câmera e registrar.
A simplicidade é o que me chama a atenção. Não somente o fato de ela andar esquecida por nós, mas também o fato de que ainda tem muita gente que vive somente dela, como o menino que, provavelmente, sairia com um sorriso de orelha à orelha por ter alcançado o pinguim da decoração.

sábado, 3 de dezembro de 2011

There's no place...

...like home.
Eu sei que eu moro há algumas quadras daí, desse lugar que durante anos eu chamo de casa. Eu sei também que eu vejo vocês quase toda semana, um dia ao menos em cada uma delas. Sei que o amor não diminuiu, que ele cresceu mesmo com a distância parcial entre nós. Eu sei de tantas coisas, que fica difícil dizer todas elas, fica difícil exprimi-las em pensamentos carregados de sentimento. Mas eu as sei, hoje, talvez, mais do que nunca. Eu sei como é querer correr pro abraço apertado e seguro de vocês e muitas vezes não o ter ali, do ladinho, pertinho de mim. Sei como é querer contar uma novidade e ter que esperar alguns dias para contar pessoalmente. Sei como é querer conselhos em horas críticas e consegui-los pelo telefone. Ah, eu sei, sei sim. Eu sei também como é não ter a comida com gostinho de comida caseira, como é não ter os sapatos emprestados, os cafés juntos no meio da tarde, as horas de conversas profundas e as horas de ficarmos todos parados, juntos. Senti tanta falta disso durante esse ano que durante muito tempo acreditei que não iria me acostumar. Mas aí o tempo passou e eu acostumei, até porque essa era a opção que eu tinha. Mas agora, que falta tão pouquinho pra voltar e ter tudo isso novamente, só consigo pensar em uma coisa para dizer a vocês: me esperem, abram novamente as janelas do meu quarto, façam planos e me incluam novamente. Me esperem, eu estou quase chegando.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ela vai casar...


Nem consigo lembrar o exato momento que ela entrou na minha vida, afinal, eu cheguei depois. Ela sempre foi minha família, porque desde que eu cheguei pra completar a família, ela já estava lá há algum tempo. Não me recordo tanto sobre os fatos da infância dela, mas tenho certeza que ela lembra com muita nitidez da minha própria infância. Lembro da adolescência dela e também do início da fase adulta. Acompanhei tudo de perto, pra falar bem da verdade, fui sua companheira de quarto durante anos, até que nós nos mudamos e aí éramos vizinhas de quarto, uma porta de frente para a outra. Mesmo com a divisão de quartos, lembro das noites que ela ia até o meu quarto e dormia comigo porque eu estava doente ou porque ela tinha encontrado algum bicho no quarto dela. Me lembro de como fazíamos tudo juntas, academia, dança, compras. Sempre fomos muito próximas, isso nunca vai mudar. Agora, no entanto, tem muita coisa mudando. A gente cresceu um pouco mais, esse ano eu morei fora de casa e estou quase voltando, no entanto, ela está saindo pra não voltar. Não importa, ela pode morar bem longe de mim se assim ela quiser, pode ser que ela até não mantenha tanto contato assim comigo nesse futuro próximo. Mas vai ser sempre amor, vai ser sempre perto, vai ser pra sempre companheirismo. Hoje ela vai casar e parece que eu sou a irmã mais velha, emocionada com o quanto ela cresceu e com o quanto a vida dela mudou. Afinal, acompanhei tudo de muito perto.

Te trago sempre no coração, estou muito orgulhosa de ti. O tempo te tornou linda, eu te amo profundamente. É uma honra, hoje, ser tua madrinha, minhã querida irmã.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Luzes


Ela havia esquecido o que era esperança, talvez os sonhos já estivessem tão gastos que já nem se esperasse mais nada da vida, ou das pessoas. Era aquele viver sem espera, se vive o que tem pra viver e acaba o dia sem sentimento algum, cumprimento de tabela sem fim. Ela não notava muito que era assim que as coisas estavam acontecendo, não notava para onde a vida estava rumando, eram apenas levas de dias que iam e vinham, com uma velocidade um pouco mais devagar do que o desejado. Mas naquela noite algo aconteceu. Olhando pela janela do seu quarto andar, notou, não muito longe dali, uma sala escura com luzes a piscar. Luzes coloridas, tons vibrantes e tão, tão vivos. Para ela não foi difícil desvendar o que aquelas luzes simbolizavam, elas envolviam uma enorme árvore de natal. E então ela se deu por si, pouco mais de um mês para a data que ela mais aguardava durante todo o ano. Era uma questão de gosto, mas também de reflexão. E, pra quem já se havia desfeito de todas as esperanças, ela se viu vidrada, sonhando pela janela. Aquela imagem, vista do seu quarto andar, a fez mais uma vez esperar. E que espera boa seria aquela, pouco mais de um mês de esperanças e significados que a prendessem a algo mais do que apenas aqueles dias sendo vividos na tabela da sua vida.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Clichê


Ele entrou na minha vida numa hora que eu não acreditava ser a certa, mas era. Ele faz parte da minha vida, e vice-versa. Eu guardo horas da minha semana pra passar com ele, mas às vezes também tenho ele naqueles dez minutos entre uma coisa e outra. De qualquer forma, ele ocupa meus pensamentos diariamente, inevitável. Eu sei que ele me ama mesmo quando passamos o dia sem se falar e ele sabe que eu amo ele mesmo quando permaneço calada. Acho que nós compreendemos essas pequenas coisas com o passar do tempo, entendemos mais, nos afinamos mais. Ele é a certeza das minhas férias incertas e também é minha parte pensante quando meu cérebro decide folgar. Eu sou a parte elétrica e preguiçosa, ele é a parte calma e preguiçosa. Clichê demais, mas talvez realmente exista essa coisa de metade da laranja. E, pra quem achava que era uma laranja completa, me vi cortada pela metade. Quem bom entender por que aos poucos a vida vai deixando de ser só minha e vai ficando um pouco mais parecida com a nossa cara.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sobre a rotina


Que falta me faz escrever, ter uma boa leitura que eu mesma decidi tirar da estante, algumas noites livres, um cd novo e bom pra ouvir até furar, uma coreografia prontinha pra apresentar, uns amigos que se perderam no caminho, umas palavras que deveriam ser repetidas de novo e mais uma vez.
Corre todos os dias, o tempo todo. Corre contra o tempo, porque ele não gosta de estar a nosso favor. Faz os trabalhos e descobre que sempre vai faltar um. Descansa quando dá, se dá e porque se permitiu isso.
Lembra de tudo que se sente falta e guarda, aguarda. E se o tempo der uma trégua, ele se põe a correr e trás logo essas férias.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Diga


Diga eu te amo, eu te admiro, eu gosto de estar com você. Diga todos os dias, perca a conta, recomece e a perca novamente, sempre diga mais do que possa contar e o máximo que lhe for permitido. As pessoas podem cometer erros, assim como eu e você cometemos, e elas merecem nosso afeto independente das suas ações. Ninguém morre por amar demais, mas perde a vida por não sorrir. Antes saturar as pessoas de elogios e gentilezas do que nunca conseguir dizer a tempo o quão especiais elas são. Não perca as oportunidades acreditando na ilusão de que elas nunca vão embora.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Essa coisa


Essa coisa de desabafar, compartilhar, dividir a carga, não resolve nada, mas faz uma diferença danada. É possível que ao apoiar-se em alguém as situações automaticamente pareçam resumir-se em uma simplicidade de acontecimentos? É verdadeiro o que sentimos quando dividimos nossa carga com os outros, como se fosse leve? Sim, é. As situações podem não mudar, as cobranças e os pensamentos podem permanecer, os medos podem até continuar os mesmos; mas enquanto puder, ao menos, olhar para o lado e ter alguém ali, disposto a ser companheiro de cargas e caminhadas, então a solução até pode demorar um pouquinho, eu vou suportar e continuar seguindo.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

No nosso ritmo


Não, nós não vivemos quase nada até agora. Os mais velhos e, por vezes, mais experientes gostam de dizer que somos novos demais, inconsequentes demais. Mas, mesmo no nosso ritmo, estamos crescendo e buscando evoluir, por mais difícil que seja e por mais que isso esteja nos custando. Podemos ser novos e, até, inconsequentes, se é que se pode dizer isso. Mas já vivemos o suficiente pra estabelecer uma base pra nossa vida, decidimos que caminho tomar e nos esforçamos pelo que acreditamos valer à pena. Definimos quem vai caminhar do nosso lado e descobrimos que alguns ainda podem se juntar a nós mesmo depois de algum tempo. Escolhemos o que fazer e já compreendemos que têm coisas que, por mais que não nos satisfaçam, são necessárias que as façamos. Cumprimos horários e vivemos, praticamente, pelos fins-de-semana. Continuamos a comemorar a sexta-feira, mesmo que os próximos dois dias posteriores sejam os mais cheios da semana. Fazemos o que gostamos e o que queremos e, por vezes, fazemos muito do que não queremos também. Decidimos todos os dias o que nos convém e é isso que determina por onde andamos, com quem andamos e como agimos.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sobre a lapidação


Às vezes é necessário mudar. Essa história de "eu nasci assim, eu cresci assim e sou mesmo sim, vou ser sempre assim" é só pra Gabriela. Comigo a história é contada de outra forma. Mudar é sinônimo de evoluir, uma chance de tornar-me quem almejo ser. Ser um pouco mais parecida com o meu futuro do que com as atitudes do passado. Pra mim, mudar é necessário, é a resposta que eu dou para o passar dos anos. Algo próximo de "ei, não deixei o tempo passar em vão". A coisa boa (boa mesmo) em mudar é olhar para trás e ver, através dos anos, que eu não sou a mesma. O tempo me fez mudar, crescer, ser diferente de como eu nasci e, com certeza, diferente dessa tal de Gabriela.

"Eu sou o que a vida me ensinou, erros e acertos, alegrias e tristezas, perdas e ganhos, sou o que sobrou da lapidação dos tempos." Neila Comberlato

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Love you so...


Ela é daquelas pessoas delicadas, que não chamam a atenção pra si, mas valem mais do que muitos podem reconhecer. Ela tem ouvidos sempre prontos para ouvir, um coração talvez maior que de mãe, uma sensibilidade admirável. Ela me faz rir antes de dormir, permanece quieta quando eu choro durante a noite, me dá espaço e faz parte, hoje, de toda a minha vida.
Ela canta comigo, vê filmes, indica séries, deixa cartinhas quando sai e lembra de mim nos feriados. Ela é companheira pra fazer compras no supermercado e pra comer batatas fritas. Ela me empresta revistas e ela compartilha músicas comigo.
Ela é simplesmente uma das melhores companhias que eu tenho, uma das amigas mais próximas, uma irmã que, literalmente, me completa. Ela é tão diferente de mim que chega a parecer estranho a gente ser sempre assim, sempre tão amigas. Não me imagino sem ela e nem pretendo imaginar. Se for pra se separar, que seja só fisicamente. Separação de coração e mente, não. Por mais que possam existir possibilidades de isso acontecer, não há em mim vontade alguma de que isso ocorra.
Te amo ontem, hoje e, pode apostar, amanhã continuarei te amando.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Surpresa


Ontem, mais um mês que passou. Passou a manhã, a tarde e parte da noite; e nada do celular tocando ou um email chegando; nada de nada. Pensei na hora em que acordei "ele vai esperar chegar no finzinho do dia, ligar e dizer que não tinha esquecido, que era só pra que eu acreditasse nisso". Cheguei de viagem, nada de nada. Nem um telefonema, nem uma mensagem, nenhum sinal de vida. Talvez ele pudesse realmente ter esquecido. Mas ainda faltavam alguns minutos, quinze ou dez. Apaguei as luzes, fechei a porta, usei a luz do celular como guia para o caminho que tinha de percorrer até a cama. Quando sentei nela, olhei para o travesseiro e lá estava. Uma caixa e uma carta. Duas ou três lágrimas escorreram enquanto eu lia o que estava escrito. Fechei a carta e mais algumas lágrimas escorreram. É boa a sensação de te conhecer o bastante, quase te tornando previsível. Ainda assim, foi uma ótima surpresa.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Só preciso lembrar...


Não estou sozinha. Venho repetindo para mim mesma essa frase com uma frequência meio grande demais. É notável que muitas coisas simplesmente não vão voltar, não tem como. Eu tenho essa mania de querer sempre acumular pessoas, mas nunca, em hipótese alguma, as perder. Já não é tão fácil, sempre tem alguma coisa, sempre tem um motivo, uma distância que já não se consegue medir.
É fato que nada mais vai ser como antes, eu só preciso lembrar disso: eu não estou sozinha. Por mais que, muitas vezes, esse seja meu pensamento constante.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Daquilo que eu sinto


Tô precisando de novas pessoas, coisas novas pra fazer, um futuro mais palpável e menos incerto; to precisando acostumar com essa ideia de voltar pra vida e sair da minha bolha, preciso reacostumar a ver pessoas diferentes e a saber lidar com elas, ver a vida corrida e, talvez, fazer parte dela; saber onde me encaixo e ir à luta, por mais que eu tenha desacostumado com tanto, com tudo, talvez.

Tenho mesmo é medo de voltar pra minha vida antiga, pras pessoas de antes, pros amigos, pras aulas; tenho medo porque não sei até que ponto ainda consigo fazer parte de uma realidade que eu levava de forma diferente, que eu agia diferente. Tô precisando mesmo é de gente que me conheça por quem eu sou hoje e não que espere a mesma pessoa que largou tudo pra um ano de loucura, preciso encontrar meu lugar hoje e não me readaptar a quem eu fui; se é que se pode ter mudado tanto assim.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

E agora, José?


'E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?' (Carlos Drummond de Andrade). Fatos que parecem ter sido perdidos e omitidos em alguma parte desse tempo todo, rostos tão conhecidos e tão confusos ao mesmo tempo. Parece que em algum lugar foi perdido o ponto de equilíbrio, parece que de alguma forma estamos em situações que correm pelos nossos dedos e não podemos controlar. Parece, pela primeira vez, que o que realmente era certo já não é mais. É pouco chão firme pra pisar e muitos passos em falso pra dar. Parece tanta coisa que não é, exatamente como percebemos ter sido até agora. Alguma coisa aconteceu, e nós estamos à margem de tudo isso apenas agora, estamos correndo pra tentar compreender, mas falta conhecimento, falta sabedoria, falta querer entender; falta a vontade de enxergar o que queremos ignorar. Alguém sabia disso antes de todos. Alguém sabia. Alguém tem que saber. E agora, José? O que que a gente faz? Pra onde a gente vai? Como é que tudo vai ser? Ou continuar? Tem algo a ser continuado? Muitos questionamentos, nenhuma resposta.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Muito, muito mais!


Desenvolvi durante minha vida um interesse por compreender a mente das pessoas a partir das suas opiniões expostas. Ontem, lendo uma revista sabe-se lá de que data, encontrei uma matéria onde havia sido feita uma série de enquetes sobre a beleza que as mulheres buscam e a que os homens valorizam. A matéria era grande, os textos não me interessaram tanto, o que realmente me interessou foram os números de cada pergunta feita para pessoas como eu e você. A beleza que nós, mulheres, acreditamos ser a ideal, a que nós valorizamos, é uma beleza difícil de ser alcançada e, acredite, não é a beleza mais valorizada pelos homens. Mas não me importa muito o que os agrada ou não. O fator aqui é: por que nós buscamos tanto essa beleza?
Já vi mulheres se deixando ser moldadas pela opinião alheia, já vi mulheres lindas se acharem próximas do nada porque alguém colocou elas ali, porque elas brigavam constantemente com o espelho. E tem tanto mais que só isso! Existe, ainda que pouco lembrado, o caráter, a personalidade única de cada uma. Somos mulheres, cheinhas, magérrimas, pequenas e altas. E somos todas muito, muito mais valiosas do que um reflexo de espelho. Somos mais do que o comentário que ouvimos na rua ou dos nossos familiares, nós somos muito mais do que os outros podem (ou querem) enxergar. Não há balança no mundo que pese o que sentimos ou o quão inteligentes nós podemos ser. Não há fita métrica existente que meça nosso crescimento diante da vida e das situações. Nós valemos mais que isso. Fato comprovado.

(Ouvindo Who Says. Selena Gomez)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Breve


Ele olhou pra ela, e vice-versa. Essa é a história. O entendimento veio naquele breve instante de troca de olhares, não era preciso palavras para explicar sentimento ou argumentar situações. O silêncio era secundário naquela cena. Era um jorrar de palavras, frases, sentimentos que não precisavam ser expressados de forma mais consistente do que aquele breve espaço entre um olhar e outro.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

'Made a wrong turn...


...once or twice.' Pink
Velhas cicatrizes adquiridas pelas paradas e pechadas da vida retornaram a doer, se tornaram mais visíveis, à medida em que tento me livrar da lembrança da dor, da visão de cada pequena (e grande) marca que carrego comigo. Por vezes tem sido fácil suportar ou, ainda, disfarçar; outras vezes tenho sido pega de surpresa pelas minhas memórias mais tristes e dolorosas. A dor não é a mesma de quando os fatos aconteceram, a tristeza dos momentos não existe mais; mas as cicatrizes me deram nova bagagem. Enquanto as feridas cicatrizavam eu fui mudando e me proibindo de sentir, de ser mais leve, mais eu. Adquiri pensamentos diferentes, formas de vida contrárias a que eu levava. Me tornei mais forte, criei barreiras. Das barreiras que foram meticulosamente construídas por mim, hoje desejo que nenhuma delas permaneça de pé. Minhas barreiras me trancam, protegem meus sentimentos e não me permitem demonstrá-los. Não sei bem ao certo como retornar, não mais. Mas estou tentando, vou aprender. Paciência, só mais um pouco de paciência.

"...Algumas vezes você irá tropeçar. Mas lembre-se, que é justamente essa coragem de andar por um lugar desconhecido e adquirir habilidade para se curar de cada tombo, que fará você começar a enxergar aos poucos frestas de luz. E pode não parecer, mas o som de cada porta se fechando um dia irá soar como música aos seus ouvidos. A canção de quem aprendeu a ler as esperas. De quem aceitou a partitura da fé e aprendeu a tocar as notas no momento adequado, na afinação de Deus." Fernanda Gaona (http://deliriosesuspiros.blogspot.com/)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

E se...

...as estrelas caírem do céu? E se minha única chance passou? (...)Vai estar tudo ok, porque eu sei Quem mantém todas as coisas. JJ Heller

Não faz muito, falei a uma amiga que minha vida estava calma e que isso significava que logo viria bomba. Ela riu, mas era verdade. Dito e feito: a bomba veio, as bombas vieram.
Já não me desespero tanto quando as situações não cooperam, ou quando surgem problemas e preocupações; são acontecimentos tão naturais quanto minha felicidade em dias de sol. Acontecem; e com alguma finalidade. Não é necessário mencionar que amadurecemos com as situações adversas ou que ficamos mais vulneráveis e dependentes de Deus. Cria dependência, quebra o orgulho, nos faz refletir antes das ações, nos torna capazes de notar nossas falhas e de restaurá-las.
De alguma forma, as bombas sempre aparecem; e, às vezes, da mesma forma elas nos dão uma trégua.
Mesmo em meio ao bombardeio eu, hoje, já consigo acreditar (mesmo estando fora do meu campo de visão) que a calmaria vem; e logo. O importante mesmo, é crescer em meio aos bombardeios, não estagnar por causa deles; e nunca, mas nunca mesmo, permitir que as bombas nos impeçam de amadurecer. E assim é o ciclo. E eu? Aguardo, quase que ansiosamente, a calmaria.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Temos todo o tempo do mundo...


Quem nós somos é público, está exposto pra todo mundo ver; o que sentimos é visível para nós e para quem está mais perto com um interesse desperto em nos acompanhar; o que vivemos é nosso, pode ser visto por todos, pode ser acompanhado por alguns, mas se enquadra no nosso tempo, nas nossas escolhas, modifica a nós. O tempo corre, a gente tenta correr paralelamente; às vezes é possível, às vezes não. Não importa muito, temos tempo. Temos tempo pra viver, pra crescer, pra sorrir, até pra chorar se precisar. Temos tempo pra compreender, pra descobrir,temos tempo até pra esperar. Por isso, segura na minha mão e vamos caminhando por esse tempo louco. Agora, a gente vai aprendendo.

'I give up. I give in. I let go. Lets begin. Cuz no matter what I do, oh, my heart is filled with you.' Colbie Caillat

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Das coisas...


... que vão ganhando nitidez enquanto o tempo passa.
Recomeço. Estou recomeçando tudo na metade do ano. Novos hábitos para serem adquiridos, amontoados de coisas que estou me desfazendo, novas ideias surgindo, um comportamento mais leve e, também, mais calmo frente às situações que tenho passado.
Nada é tão absurdo que não possa ser suportado ou que mereça ser dramatizado. Nada é tão terrível como parece ser, se eu partir do conceito de que em tudo se pode aprender. Eu não sei todas as respostas; e as que sei mudam de tempos em tempos e vão sendo amadurecidas. É aquele processo: aprender e aprender mais um pouco.
De todos esses aprendizados resta apenas a certeza de uma estagnação impossível, a alegria constante de um Deus que cuida de tudo e a consciência real de que crescer faz bem.

"Quando minha vida está como uma tempestade
Águas subindo, tudo o que eu quero é a praia
Tu me dizes que eu estarei bem e fazes isso entre a chuva
Tu és meu abrigo da tempestade."
Hope Now. Addison Road

terça-feira, 5 de julho de 2011

"Enquanto houver...



... você do outro lado, aqui do outro eu consigo me orientar"
Acordei numa manhã normal e tão comum como todas as outras, levantei, não tomei café porque estava rotineiramente em cima da hora, coloquei meu casaco, a bolsa por cima e saí porta afora. Fiz o mesmo caminho de sempre, mas vi algo que não via antes. Notei o céu azul e ensolarado, apesar do frio; olhei para as calçadas que passava como se fosse a última vez que fosse fazê-lo; olhei para as árvores dos dois lados da rua, como se nunca as tivesse visto antes; olhei para aquele corredor que me levava para dentro daquele prédio já tão conhecido e me vi na metade de um ano que correu. Vi muitas imagens passarem pela minha mente, vi o início do ano como um borrão, enquanto novas formas de viver e lidar com a vida surgiram mais nítidas em meu presente. Vi as mesmas pessoas com outros olhos, olhos de quem sabe que elas não permanecerão por muito tempo; mas não bateu saudade, bateu somente alegria de pensar que são exatamente essas as pessoas que eu necessitava para crescer e mudar e ser, de alguma forma, melhor. Pois que venham os próximos dias, que venham novas etapas, ensinamentos, dificuldades; porque nós estamos aqui, vivendo um dia de cada vez, aproveitando ao máximo cada palavra dita, cada segundo investido. E quando terminar, porque isso vai acontecer, restará a nostalgia costumeira de relembrar coisas boas que tivemos o privilégio de passar.

"Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira."
Carlos Drummond de Andrade

p.s.: para ver as fotos em tamanho ampliado abra em nova guia (:

terça-feira, 21 de junho de 2011

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Apesar de não conseguir notar, sei que muitas coisas já mudaram desde que o ano iniciou até aqui. Às vezes temos a ilusão de que ‘se já mudou bastante, então agora vai parar’, mas, na verdade, não; tenho total certeza de que não irá parar. No meio dessa noite sonhei com a próxima semana, acordei e realmente refleti sobre ela. É a última semana. Ela encerra, na prática, o meu semestre e também dá início a tudo o que, tenho certeza, irá impactar minha vida e continuar a modificá-la a partir daqui. Não é só o fato de sair da minha cidade e viajar pra lugares totalmente fora da lista das sete maravilhas do mundo, é o fato de não saber o que me espera lá, mas de ter a total certeza de que será mais uma parte da minha agora-tão-familiar ‘mudança de caráter’. Por isso, achei preferível escrever antes de ir, porque não tenho conhecimento de como vou voltar, ou de o que irá mudar. Por enquanto, ainda em meio às minhas incertezas, escrevo do que sei e da expectativa do que está por vir.

terça-feira, 17 de maio de 2011

'Quando o momento...

... tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.' Adriana Falcão
Sinto saudades. Saudade de ficar sozinha algum horário, por menor que fosse, na minha semana. Saudade de ficar sentada sem precisar pensar em nada, só deixando os minutos correrem. Da minha vida não tão pacata, mas boa de viver. De sair de casa as quatro pra ir pra aula sem a menor vontade de estudar. De sair correndo pra chegar a tempo pro ensaio, de chegar em casa exausta de tanto dançar e de dormir tarde porque não sabia me organizar. Sinto saudade dos meus amigos da escola, dos meus amigos de qualquer lugar, dos meus amigos da faculdade que ainda são tão importantes. Sinto saudade de piadas internas tão toscas que nem valiam ser explicadas, dos meus sábados à tarde de pijama, da minha família sempre por perto, da minha casa, da minha cama. Sinto saudade da minha cachorra latindo que nem louca, do capuccino da minha mãe e das conversas com meus pais. Sinto saudade de viajar uma vez por mês, de ter tempo pra planejar, de desenterrar músicas para gritar enquanto lavava a louça. Sinto saudade de ler livros a meu critério, de escrever músicas que ficam só pra mim, de reclamar do tédio no domingo à tarde. Sinto uma saudade imensa de ficar sozinha em casa na sexta de noite e comer pizza e assistir filme enquanto ninguém chega. Tenho saudade do meu emprego, que nem era tão legal assim, mas que me ensinou muito. Tenho saudade da vida que eu tinha, dos amigos que eu convivia, do meu conforto, da minha rotina.
De forma alguma digo isso pra que pareça que agora tudo é ruim. Mas só digo isso porque, de vez em quando, o que eu mais sinto é saudade. E vontade de voltar.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

You make me smile


Dentre tudo o que eu sinto, por tudo que já passei e ainda passo; por todas as histórias que colecionei pra contar, das coisas que ainda nem sei dizer; depois de tudo que eu pude ver, ouvir e aprender; dentre tudo isso e mais um pouco, o teu sorriso. É ele que fica na minha cabeça de manhã, de tarde e de noite. É uma mistura da cor dos teus olhos com teu sorriso que me levam até ti e me fazem sorrir também. Parece até combinado: quando tu sorri, eu sorrio. E se for pouco, parece combinada também nossa história, o que falamos e quando rimos. Mas teu sorriso, combinado com teus olhos que me levam até ti, esse revela que é tudo tão natural, tão normal, tão bom de viver.
Dentre tudo que eu vivi, por tudo que eu já sonhei e ainda sonho; por todas as músicas que rabisquei em pedaços de papel, das coisas que ainda nem presenciei; depois de tudo que pude imaginar, sentir e falar; dentre tudo isso e mais um pouco, você. Você não por fora, nem como imaginam que você seja; mas você como alguém em quem posso confiar, que posso sempre contar, que está aqui, por perto. Você como alguém que cresce, que sente, que se mostra; você sendo você, fazendo parte de mim.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Thank You...


...for everything!
A lógica muitas vezes me atrapalha. Procuro razões e explicações para todas as situações que acontecem comigo ou em geral. Mas minha gratidão fica deficiente por ser tão cheia de lógica; só agradeço se tenho motivos e se não encontro motivos me ponho a reclamar imediatamente. Reclamações, senso de injustiça, questionamentos intermináveis; tudo causa de uma gratidão manca.
Mas Deus, em sua infinita sabedoria e amor, escolhe me deixar sem respostas em alguns casos e, mesmo assim, me diz para ser grata em todas as coisas. Aquela situação embaraçosa que eu passei ano passado, aquele 'não' que eu recebi sem explicações, meus sofrimentos sem razão, a morte de alguém querido, uma injustiça feita a mim; em tudo eu devo ser grata!
Eu não preciso obter todas as explicações, não preciso de motivos para ser grata, eu só preciso ser grata; uma decisão tão simples e tão difícil ao mesmo tempo. Uma decisão que cabe a mim, só eu posso tomar e só eu posso viver a diferença que isso faz.

"Helen Rosevere foi uma médica britânica e missionária no Congo, muitos anos atrás, durante uma insurreição. Sua fé e sua confiança eram fortes, porém ela foi estuprada, agredida e tratada com brutalidade. Um tempo depois do ocorrido, ela disse: Eu preciso questionar a mim mesma, como se fosse o próprio Senhor me perguntando: Você pode Me agradecer por Eu ter lhe confiado esta experiência, mesmo se Eu nunca lhe disser o porquê?"
Trecho do livro Confiança Perfeita. Charles Swindoll

quarta-feira, 6 de abril de 2011

This is where I want to...


... but I won't get in the way. Billy Ray Cyrus
Tenho mania de me apegar muito a pessoas e situações. Crio um amor quase fora do comum pelas pessoas com quem convivo e tenho o prazer de conhecer mais. Só que, às vezes, o melhor para essas pessoas é que eu as deixe ir e que elas cresçam com outras pessoas também. Tenho plena convicção de que essas pessoas não me pertencem, mas em meu coração fica difícil me convencer de que isso realmente é o melhor.
Não cabe a mim segurar as pessoas junto a mim e nem cuidá-las pelo resto da minha vida. Enquanto eu puder acompanhar, e for útil ao fazer isso, tudo estará bem; mas tem vezes que o melhor mesmo é deixar elas irem e crescerem mais com outras pessoas, em outros lugares, de novas formas.
Creio que seja isso que eu esteja entendendo aos poucos. Apesar de doloroso, é o melhor para essas pessoas. Por isso, estou deixando de lado o que eu quero e decidindo dar novas oportunidades pra quem, até agora, estava agarrada na barra da minha saia.

"Quanto a você, porém, permaneça nas coisas que aprendeu e das quais tem convicção, pois você sabe de quem o aprendeu." 2 Tm 3:14

segunda-feira, 28 de março de 2011

"Andar descalço...


...sem medo de ferir os pés" Ana Jácomo
"Vá na frente, eu vou atrás". Li essa frase em um livro hoje, falava sobre amor sacrificial, me fez pensar o quanto eu tenho me sacrificado para amar. Creio que, na maioria das questões, o amor exige sacrifício, vai além do conforto ou da diversão. O amor que dura exige sacrifícios, os quais só eu posso fazer.
No fim das contas, no meio desse 'abre-mão-e-espera' diário, tenho aprendido que Deus quer que eu abra mão de coisas minhas e espere nele; e confie, espere novamente, e permaneça assim. O fato é que o amor não é mais como quando eu tinha cinco anos, agora é preciso que o amor dure, e a responsabilidade é minha também.
Mas em meio a tantas paranóias, coisas pra pensar, motivos pra talvez desistir, razões pra continuar; eu tenho a plena certeza que Deus está no controle, permitindo (ou não) que as coisas aconteçam e sigam em frente. Em tudo isso, porém, estou aprendendo a dizer: "Vá na frente, eu vou atrás". E vai sempre estar tudo bem se continuar assim.

terça-feira, 8 de março de 2011

Efeito Dominó


Ultimamente parece que meu coração tem pequenas plantinhas com raízes profundas plantadas nele. E elas estão sendo arrancadas uma a uma, pouquíssimas permanecem inalteradas e nem faço ideia de por quanto tempo. Cheguei aqui com uma bagagem carregada de entulhos que acumulei durante toda minha vida, algumas coisas úteis, outras nem tanto. Trouxe uma parte do meu comodismo, meus defeitos jogados no fundo da bagagem e meu sorriso por cima de tudo; um pouco como disfarce, um pouco como verdade.
E agora não sei até que ponto esse sorriso cobre todo o resto, porque a mala está muito remexida e muita coisa foi arrancada deixando uma desordem no que estava perto. Foi meio que um efeito dominó. E o fato aqui não é tristeza ou felicidade. O fato é o incômodo que isso causa e a forma como meus defeitos, hoje, estão mais à mostra que nunca antes.
É o início do processo de transformação, de mudança de caráter. E, por mais bonitas que essas palavras aparentem ser, elas não são. Não enquanto dói.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Pois amanhã...


... já vou estar em outro lugar. Fresno
Nem todo sonho se concretiza e nem por isso as pessoas morrem ou deixam de sonhar. O bom do sonho é que sempre temos a opção de mudá-los ou fazer vários acontecerem no mesmo espaço e tempo. O que não dá é acreditar que sonhos podem ser substituídos; cada um é único e nos leva a um lugar diferente de outro. Eu, particularmente, já tive tantos sonhos quantos me permiti ter. Alguns ficaram na mente, outros já foram pro papel, outros chegaram a acontecer, e ainda outros fazem parte da minha realidade hoje. E os sonhos que pude viver e não vivo mais (mas que ainda valem à pena), eu sempre terei a oportunidade de revivê-los. Seja em pensamento, em algum refrão perdido de uma música, nos olhos de alguém ou nos passos de outra pessoa.
Sonho não é uma coisa que morre, acho que eles se adaptam à realidade de cada um. E se mesmo assim eles forem descartados, eles mudam de dono.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

E Você é...


...a melhor coisa que aconteceu a mim! Hillsong
Por um segundo deixar tudo de lado e só ir ao Teu encontro assim como estou e dizer obrigada. Obrigada pelo Teu amor que não muda, pelo Teu interesse constante na minha vida, pelo toque das Tuas mãos em tudo que eu posso enxergar ou somente sentir. Obrigada por me salvar, por me dar uma felicidade que não acaba e não é passageira. Obrigada pelo Teu colo de Pai, pela Tua palavra que atravessa os séculos pra chegar até meu coração. Obrigada por ser quem Tu és, por ser Deus. Por ser meu Deus. Por ser tudo que eu não mereço. Mas, ainda assim, tudo que eu tenho!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Eu sei...


...se eu tiver fé volto até a sonhar. CBJ
A pior coisa em ver o tempo passar é perceber que tudo se altera. Quando éramos menores o que mais queríamos era viver nossas vidas da melhor forma possível; hoje nós tentamos sobreviver da forma que conseguimos. A gente queria viver até dizer chega, queria o simples e o complicado, tudo ao mesmo tempo. A gente adorava a sensação de se apaixonar e de conhecer coisas e pessoas novas. A gente vivia uma emoção por dia, sentia uma adrenalina, uma vontade de viver, uma overdose de vida correndo pelas nossas veias. Nós nunca fomos invencíveis, mas agíamos como tal, como se o tempo não pudesse nos vencer, nem cansar.
E aí, aí o tempo foi nos vencendo. Um a um. Hoje olho pra grande parte das pessoas que eu amei desde antes de crescer e vejo uma falta de brilho nos olhos que apavora. É como se fosse um vazio, cada vez maior. As mesmas pessoas que brincavam comigo são as que se deixaram corromper por um mundo cheio de futilidades. São as pessoas que venderam os sonhos de uma realidade diferente por um lugar nesse caos que nós fingimos pertencer.
Sinceramente? Valia mais ainda sermos crianças cheios de planos e sonhos pra correr atrás do que ficar tentando nos encaixar num lugar que não deveria ser nosso. Valia mais termos nos afastado pelos sonhos serem diferentes do que pelas restrições que a vida adulta nos impõe. Valia mais se parassem de querer provar que são adultos e agirem como tais.
O que valia mesmo era o sorriso de vocês, era a inocência, a vontade de viver. Não isso.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O que deixei de dizer


E aquela velha história de 'tu mudou muito' sempre se repete. E não, não tem como dizer que eu não mudei, que tudo é igual, que to pensando como pensava antes e que vai ficar tudo bem. Porque não é verdade. A verdade é que eu mudei tanto que tu nem me reconhece mais. A verdade é que tu continua procurando em mim uma pessoa que nem existe mais. E é assim que vai ser, é assim que é. Eu não acordei um dia e disse 'mudei', foi gradativo, levou tempo, fui perdendo meus hábitos e costumes aos poucos. Foi tu quem desapareceu e resolveu dar as caras quando não tinha mais aquela pessoa que tu conhecia antes. A gente se dava muito bem, a gente ria, era amigos, falava besteira, se entendia. Nada disso acontece mais. Tudo mudou. E com a minha forma diferente de ser eu acabei notando que tu também não é mais igual. A gente cresceu e está seguindo em direções completamente opostas. É a vida. Tô puxando do fundo do meu cérebro e coração as razões pra nós nos darmos tão bem, pra não perder tua amizade e nem o respeito que tu conquistou de mim. Mas não posso negar, tá difícil.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Uma planta


Pra mim amor não vem a cavalo, muito menos branco que suja fácil. Amor não é sempre aquela paixão avassaladora, não surge de um nada e nem se contenta com o-primeiro-que-aparecer-na-frente. Amor, depois que tu cresce e entende um pouco das coisas, é cultivado. Isso, que nem planta. Tem início, meio, mas decide não ter fim.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Pra não esquecer


Eu tenho preguiça. De permanecer, perseverar, manter processos contínuos. Eu canso fácil, desisto fácil, pelo simples fato de que a preguiça é maior e tudo vai virando 'rotina'. Mas isso é só uma tentativa frustrada de arranjar desculpas pro que eu preciso melhorar. É.
Uma amiga minha um dia apareceu com uma frase curta rabiscada na mão e eu pedi porque ela tinha escrito aquilo ali. Ela respondeu que nos momentos difíceis era muito fácil ela esquecer de Deus, por isso tinha escrito ali. Pra não esquecer. Acho que eu devia escrever 'perseverança' na minha mão. Pra eu não esquecer nos meus momentos.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Sobre o óbvio


Sobre a revolta de quem muda e não avisa, finge esquecer e se torna desconhecido. Sobre o medo de algumas situações mudarem, de outras não; de nada ser como o esperado. Sobre a garantia de que eu posso e irei mudar; e desapontar as pessoas, e orgulhar algumas outras. Sobre a certeza de que a mudança dói e também traz cura. Sobre o direito que todo mundo tem de mudar. Até aqui, nenhuma novidade.

domingo, 16 de janeiro de 2011

Pra mim e pra você


Férias é tempo bom de olhar ao redor, prestar mais atenção ao que a correria nos impossibilita, olhar para as pessoas.
E tem tanta gente diferente! Agora (e sempre) é tempo de acolher pessoas, permitir que elas se aproximem. Ressaltar as diferenças; ver que aquele que é todo tatuado não é nem melhor nem pior que aquele que anda de terno, ou chinelo, ou que um mendigo. Ver além do que as aparências nos revelam! Atrás de uma roupa, de uma atitude ou palavra, há um coração sedento por uma segurança de uma verdade que não mude. E essa verdade existe! Ela se estende a mim, se estende a você!
É tempo de largar julgamentos, conceitos, 'achismos' e ir atrás do que realmente é válido: somos todos iguais pra um Deus que nos ama muito; e isso é tudo que deve importar.