sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Homem íntegro



Precisamos aprender a dar o devido crédito às pessoas. Há menos de 48 horas o renomado arquiteto Oscar Niemeyer faleceu aos 104 anos. Mente brilhante, projetou variadas estruturas arquitetônicas pelo mundo, da Argentina à França, pelos cantos do Brasil, podemos vislumbrar construções inspiradas pelas vivências do arquiteto.
Mas, volto a dizer, precisamos aprender a dar o devido crédito às pessoas. E, no caso de Niemeyer, não me refiro às suas obras gigantescas e conhecidas mundialmente, nem à sua vasta idade ou sabedoria. Devemos dar crédito a ele por ter morrido sem dinheiro algum. Esse é o fato mais marcante de sua vida: Ele não poupou.
Quando os amigos do arquiteto passavam por dificuldades, necessitavam de recursos financeiros que não possuíam, lá estava Oscar auxiliando-os como podia. É claro que se tivesse poupado, hoje ele teria muitos recursos, mas ele compreendeu a vida antes do seu fim. Ele abriu mão de uma conta bancária de números altos por uma vida cheia de amizade, carinho e cuidado.
Ele cuidou daqueles que o cercaram ao longo dos seus 104, por pouco 105, bem vividos anos. E, dentre suas obras mais conhecidas, espero que esta seja a mais lembrada e aplaudida: a caridade. Caridade esta que não foi estampada nos jornais, nem forjada para dar-lhe renome como homem com“responsabilidade social”. Oscar Niemeyer foi uma perda para o Brasil, como arquiteto exemplar que foi e como modelo de desprendimento e bondade. Esta foi nossa maior perda, menos um homem íntegro neste país.