quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Surpresa


Ontem, mais um mês que passou. Passou a manhã, a tarde e parte da noite; e nada do celular tocando ou um email chegando; nada de nada. Pensei na hora em que acordei "ele vai esperar chegar no finzinho do dia, ligar e dizer que não tinha esquecido, que era só pra que eu acreditasse nisso". Cheguei de viagem, nada de nada. Nem um telefonema, nem uma mensagem, nenhum sinal de vida. Talvez ele pudesse realmente ter esquecido. Mas ainda faltavam alguns minutos, quinze ou dez. Apaguei as luzes, fechei a porta, usei a luz do celular como guia para o caminho que tinha de percorrer até a cama. Quando sentei nela, olhei para o travesseiro e lá estava. Uma caixa e uma carta. Duas ou três lágrimas escorreram enquanto eu lia o que estava escrito. Fechei a carta e mais algumas lágrimas escorreram. É boa a sensação de te conhecer o bastante, quase te tornando previsível. Ainda assim, foi uma ótima surpresa.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Só preciso lembrar...


Não estou sozinha. Venho repetindo para mim mesma essa frase com uma frequência meio grande demais. É notável que muitas coisas simplesmente não vão voltar, não tem como. Eu tenho essa mania de querer sempre acumular pessoas, mas nunca, em hipótese alguma, as perder. Já não é tão fácil, sempre tem alguma coisa, sempre tem um motivo, uma distância que já não se consegue medir.
É fato que nada mais vai ser como antes, eu só preciso lembrar disso: eu não estou sozinha. Por mais que, muitas vezes, esse seja meu pensamento constante.


quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Daquilo que eu sinto


Tô precisando de novas pessoas, coisas novas pra fazer, um futuro mais palpável e menos incerto; to precisando acostumar com essa ideia de voltar pra vida e sair da minha bolha, preciso reacostumar a ver pessoas diferentes e a saber lidar com elas, ver a vida corrida e, talvez, fazer parte dela; saber onde me encaixo e ir à luta, por mais que eu tenha desacostumado com tanto, com tudo, talvez.

Tenho mesmo é medo de voltar pra minha vida antiga, pras pessoas de antes, pros amigos, pras aulas; tenho medo porque não sei até que ponto ainda consigo fazer parte de uma realidade que eu levava de forma diferente, que eu agia diferente. Tô precisando mesmo é de gente que me conheça por quem eu sou hoje e não que espere a mesma pessoa que largou tudo pra um ano de loucura, preciso encontrar meu lugar hoje e não me readaptar a quem eu fui; se é que se pode ter mudado tanto assim.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

E agora, José?


'E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?' (Carlos Drummond de Andrade). Fatos que parecem ter sido perdidos e omitidos em alguma parte desse tempo todo, rostos tão conhecidos e tão confusos ao mesmo tempo. Parece que em algum lugar foi perdido o ponto de equilíbrio, parece que de alguma forma estamos em situações que correm pelos nossos dedos e não podemos controlar. Parece, pela primeira vez, que o que realmente era certo já não é mais. É pouco chão firme pra pisar e muitos passos em falso pra dar. Parece tanta coisa que não é, exatamente como percebemos ter sido até agora. Alguma coisa aconteceu, e nós estamos à margem de tudo isso apenas agora, estamos correndo pra tentar compreender, mas falta conhecimento, falta sabedoria, falta querer entender; falta a vontade de enxergar o que queremos ignorar. Alguém sabia disso antes de todos. Alguém sabia. Alguém tem que saber. E agora, José? O que que a gente faz? Pra onde a gente vai? Como é que tudo vai ser? Ou continuar? Tem algo a ser continuado? Muitos questionamentos, nenhuma resposta.