sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ela vai casar...


Nem consigo lembrar o exato momento que ela entrou na minha vida, afinal, eu cheguei depois. Ela sempre foi minha família, porque desde que eu cheguei pra completar a família, ela já estava lá há algum tempo. Não me recordo tanto sobre os fatos da infância dela, mas tenho certeza que ela lembra com muita nitidez da minha própria infância. Lembro da adolescência dela e também do início da fase adulta. Acompanhei tudo de perto, pra falar bem da verdade, fui sua companheira de quarto durante anos, até que nós nos mudamos e aí éramos vizinhas de quarto, uma porta de frente para a outra. Mesmo com a divisão de quartos, lembro das noites que ela ia até o meu quarto e dormia comigo porque eu estava doente ou porque ela tinha encontrado algum bicho no quarto dela. Me lembro de como fazíamos tudo juntas, academia, dança, compras. Sempre fomos muito próximas, isso nunca vai mudar. Agora, no entanto, tem muita coisa mudando. A gente cresceu um pouco mais, esse ano eu morei fora de casa e estou quase voltando, no entanto, ela está saindo pra não voltar. Não importa, ela pode morar bem longe de mim se assim ela quiser, pode ser que ela até não mantenha tanto contato assim comigo nesse futuro próximo. Mas vai ser sempre amor, vai ser sempre perto, vai ser pra sempre companheirismo. Hoje ela vai casar e parece que eu sou a irmã mais velha, emocionada com o quanto ela cresceu e com o quanto a vida dela mudou. Afinal, acompanhei tudo de muito perto.

Te trago sempre no coração, estou muito orgulhosa de ti. O tempo te tornou linda, eu te amo profundamente. É uma honra, hoje, ser tua madrinha, minhã querida irmã.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Luzes


Ela havia esquecido o que era esperança, talvez os sonhos já estivessem tão gastos que já nem se esperasse mais nada da vida, ou das pessoas. Era aquele viver sem espera, se vive o que tem pra viver e acaba o dia sem sentimento algum, cumprimento de tabela sem fim. Ela não notava muito que era assim que as coisas estavam acontecendo, não notava para onde a vida estava rumando, eram apenas levas de dias que iam e vinham, com uma velocidade um pouco mais devagar do que o desejado. Mas naquela noite algo aconteceu. Olhando pela janela do seu quarto andar, notou, não muito longe dali, uma sala escura com luzes a piscar. Luzes coloridas, tons vibrantes e tão, tão vivos. Para ela não foi difícil desvendar o que aquelas luzes simbolizavam, elas envolviam uma enorme árvore de natal. E então ela se deu por si, pouco mais de um mês para a data que ela mais aguardava durante todo o ano. Era uma questão de gosto, mas também de reflexão. E, pra quem já se havia desfeito de todas as esperanças, ela se viu vidrada, sonhando pela janela. Aquela imagem, vista do seu quarto andar, a fez mais uma vez esperar. E que espera boa seria aquela, pouco mais de um mês de esperanças e significados que a prendessem a algo mais do que apenas aqueles dias sendo vividos na tabela da sua vida.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Clichê


Ele entrou na minha vida numa hora que eu não acreditava ser a certa, mas era. Ele faz parte da minha vida, e vice-versa. Eu guardo horas da minha semana pra passar com ele, mas às vezes também tenho ele naqueles dez minutos entre uma coisa e outra. De qualquer forma, ele ocupa meus pensamentos diariamente, inevitável. Eu sei que ele me ama mesmo quando passamos o dia sem se falar e ele sabe que eu amo ele mesmo quando permaneço calada. Acho que nós compreendemos essas pequenas coisas com o passar do tempo, entendemos mais, nos afinamos mais. Ele é a certeza das minhas férias incertas e também é minha parte pensante quando meu cérebro decide folgar. Eu sou a parte elétrica e preguiçosa, ele é a parte calma e preguiçosa. Clichê demais, mas talvez realmente exista essa coisa de metade da laranja. E, pra quem achava que era uma laranja completa, me vi cortada pela metade. Quem bom entender por que aos poucos a vida vai deixando de ser só minha e vai ficando um pouco mais parecida com a nossa cara.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sobre a rotina


Que falta me faz escrever, ter uma boa leitura que eu mesma decidi tirar da estante, algumas noites livres, um cd novo e bom pra ouvir até furar, uma coreografia prontinha pra apresentar, uns amigos que se perderam no caminho, umas palavras que deveriam ser repetidas de novo e mais uma vez.
Corre todos os dias, o tempo todo. Corre contra o tempo, porque ele não gosta de estar a nosso favor. Faz os trabalhos e descobre que sempre vai faltar um. Descansa quando dá, se dá e porque se permitiu isso.
Lembra de tudo que se sente falta e guarda, aguarda. E se o tempo der uma trégua, ele se põe a correr e trás logo essas férias.