segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Pra fora


Fazia um tempão que eu não chorava daquela forma. Chorei de desaprovação, de dor, de desespero, de raiva, de amor demais, de amor de menos. Chorei muito e pausadamente. A cada cinco passos era uma necessidade de sentar e chorar, só chorar.
É aquela coisa, as pessoas acham que chorar não é bom, não faz bem, mas acalmou meu desespero, me fez pensar. Nao guardei a dor, não poupei nada, nem um soluço sequer. Chorei querendo colocar tudo pra fora, porque fazia tempo que muita coisa estava guardada. Chorei por coisas perdidas, por palavras duras, por não me darem ouvidos.
E depois, mesmo com olhos pequenos e olheiras profundas, me senti aliviada. Foi somente ali, com os ombros pra baixo, os cabelos escondendo meu rosto e as lágrimas caindo no chão, que eu consegui finalmente colocar tudo no seu devido lugar. Entendi que a culpa não era minha, que eu só podia aconselhar mas nunca decidir pelas pessoas. Decidi largar tudo com Deus, de novo e de novo.
Uma sensação de paz me inundou, aquela paz que excede todo entendimento e que estava batendo na minha porta. Embora as olheiras ainda não tenham desaparecido, nem eu tenha visto tudo ser resolvido em todas as situações, uma coisa eu sei ao certo: aquela paz não vai embora.

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