terça-feira, 16 de novembro de 2010

Mas a tempestade me distrai...


...gosto dos pingos de chuva, dos relâmpagos e dos trovões." Renato Russo
A vida é assim, como a chuva ali fora no dia de hoje. Ora forte, levando o que vem pela frente; ora leve e quase imperceptível. A vida passa assim, uma hora ela grita sua existência e na outra ela passa sorrateira, vista apenas pelos olhares mais atentos.
Mas o que mais me faz gostar da chuva não é o friozinho que vem depois ou a intensidade com que ela chega e a forma repentina como se vai; mas é a simplicidade que só ela consegue alcançar depois da sua chegada. Não sei se vocês me entendem, mas é aquele cheirinho de terra molhada que me encanta. É essa a verdadeira simplicidade. Aquela que afeta todos os lugares por onde a chuva passa e, sem forçar nada, simplesmente deixa um dos melhores cheiros que já conheci. Um aroma que acompanho desde criança e que, cada vez mais, anseio por senti-lo. É uma das poucas coisas que me restaram simples, sem alterações. E, afinal, essa é a vida, né? A gente é que complica.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

É.


Depois que a dor amenizar, a poeira baixar e as pessoas aceitarem a situação. Aí sim, ficará apenas a saudade. Como dói perder, em qualquer sentido. Mas quando se trata de pessoas, parece que triplica, rasga por dentro.
Parei pra pensar em tanta coisa nas últimas horas que nem sei como minha mente conseguiu armazenar tantas informações em tão pouco tempo.
Passamos os últimos meses dizendo pra Deus: "nós queremos que Tu traga cura, mas fazes o que Tu achares melhor e nos ensina a aceitar". E aí, quando realmente não aconteceu o que nós esperávamos, doeu muito. Parecia injusto, contrário ao que deveria ter acontecido. Mas nós não tínhamos pedido pra Deus fazer a vontade dele? A curto prazo a dor é forte, mas a longo prazo isso tudo pode fazer uma grande diferença.
Qual o propósito de tudo isso? Por que tanta dor? Eu não sei. Só sei que Deus nos pede para confiarmos nele. A confiança é assim: não se sabe bem o porque, mas se joga de olhos fechados no amor de Deus.
Nos resta sentir uma dor que aos poucos vai diminuindo, ver a saudade se alojar no dia-a-dia, e nos momentos de falta. Mas nos resta com certeza a esperança de que um dia 'juntos, todos viveremos' em 'novos céus e nova terra'. Essa foi a promessa de Deus, uma promessa que não falha com toda certeza. Porque apesar de tudo que acontece e através de toda a dor que sentimos, Ele continua sendo um Pai de amor; e Ele é bom.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Estar Pronto


Acho que a gente se prende muito nessa coisa de encontrar a pessoa certa. A pessoa tem que ser adequada, deve ter o mínimo de defeitos possíveis, tem que ser assim ou assado, precisa falar as palavras certas na hora certa, precisa ser legal com todos sempre. Essas e mais tantas exigências, variando entre prioridades e futilidades. Mas deixamos de lado quem nós somos. Nós devemos ser a pessoa certa, não importa para quem. Devemos ser sempre o melhor que pudermos ser, nunca o razoável ou o aceitável; mas o melhor. Os outros nós não temos o poder nem o direito de mudar, mas a nós, nós temos total liberdade para modificar, melhorar, amadurecer.
A questão aqui não é o que o outro precisa mudar, mas o que nós devemos. É uma auto-avaliação. Nós devemos tornar-nos a pessoa certa, primeiro para agradar a Deus, e depois para nós e quem nos cerca.
E aí, quem sabe, com esse pensamento multiplicado, não seja tão difícil encontrar a pessoa certa ou ser a pessoa certa. É a famosa história dos quatro dedos que apontam para nós mesmos quando apontamos o indicador aos outros.