quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Aos meus olhos


Essa mania de dizer que perdemos as pessoas é errada demais aos meus olhos. As coisas nós perdemos, elas somem atrás do sofá e depois de tempos as vemos ali no mesmo lugar e declaramos encontrado o objeto antes perdido. As pessoas não, nós perdemos o contato ou a visão próxima delas, mas não as perdemos nunca. Contato já perdi com milhares, a visão então, é algo raro nos últimos tempos. Mas nunca cheguei a perde-los; afinal, se eu procurar direitinho, sei bem onde cada uma dessas pessoas está.
Eu não perco pessoas, elas que saem e ganham a vida, ou a morte. Eu, porém, as mantenho tão vivas quanto quando a convivência era muita e os olhares abundantes.
Não coleciono perda alguma de pessoas. Coleciono sorrisos de tempos antigos, conversas que marcaram, expressões insubstituíveis. Carrego tudo comigo, mesmo quando as pessoas acham que perdi.

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