Sei que você já terminou e que as lembranças que tenho de ti um dia serão poucas. Não, elas não serão poucas porque não são importantes, mas porque, talvez, o tempo leve minha memória de jovem e substitua por uma mais seletiva, que absorva menos do que consigo hoje. Mas é necessário, ainda assim, que você seja lembrado como um dos melhores anos da minha vida. Talvez, o melhor até hoje. Não que isso signifique que não desejei incansavelmente que você terminasse logo ou que aliviasse um pouco meus dias. Não que nós não tenhamos nos estranhado em alguns dos seus dias, dos quais eu fiz parte de todos. É só que você foi muito importante pra mim. Como esquecer do seu primeiro dia com toda a família reunida? Daquelas primeiras semanas de janeiro esperando notícias de quem estava em Gramado? Ou das férias na praia com uma das minhas melhores amigas, vendo o sol nascer e conversando nos fins de tarde sobre Deus e sobre tudo que vinha em mente? Como esquecer de fevereiro e da família nova que eu ganhei? Aquelas seis meninas que ainda hoje permanecem no meu coração e na maioria das memórias que guardo sobre você. Como poderia eu deixar de lembrar das jantas que fazíamos todas juntas na república? Como esquecer do feriado de carnaval e de como tudo mudou por causa dele? Como esquecer daquela quarta à noite em que ele esperou cinco minutos embaixo do meu apartamento pra mudar todo o meu ano? Como esquecer das noites esperando ele voltar da aula para conversarmos um pouco? Das sextas à noite em que eu me preocupava em silêncio e orava pra que ele voltasse bem pra casa? Como poderia esquecer dos trabalhos que me enlouqueceram no início do ano e que eu acreditava que não daria conta? Ou como esquecer do acampamento de páscoa, do blackout, da tempestade no sábado à noite? Como esquecer das viagens para Sapiranga, Bento e Farroupilha? Como esquecer das pessoas que conheci e convivi durante o teu decorrer? Como esquecer dos cafés no fim de tarde com uma das grandes amigas que ganhei esse ano? Como esquecer dos conselhos que ela me dava e das dúvidas que ela respondia? Como esquecer das pessoas que entraram no meu grupo nos sábados à noite e que me fizeram mudar? Como esquecer do tempo com meus pais, tão restrito e tão fundamental? Como eu poderia deixar de lembrar das viagens em São Paulo e de como aquela briga mudou quem eu era? Como esquecer das minhas férias de inverno em casa? Como eu poderia esquecer do dia 27 de julho com os pássaros de dobradura espalhados pela casa? Como esquecer dos primeiros meses de namoro, dos últimos meses com minha família de sete, do casamento da minha irmã, das dúvidas sobre faculdade, dos amigos que ganhei, das formaturas que fui, das surpresas, das conversas, das cartas que recebi? Como eu poderia esquecer do passeio em Bento no final do ano? Como eu poderia esquecer do natal com fondue ou da tua última semana em Santa Maria? Como eu poderia esquecer do sorriso com que eu pude deixar você passar e recepcionar o ano que vinha? Não posso esquecer nunca disso, não quero esquecer. Serão lembranças, porém, antes de fechar a caixa e rotulá-la com teu nome, 2011, eu preciso te dizer: como foi bom viver esse ano, compreender situações e pessoas com olhos diferentes. Como foi bom ter mudado e entender que a mudança não termina contigo, que as pessoas, os lugares, os momentos que passei foram especiais, modificaram a mim, modificaram pra sempre. Sempre.
"Serão lembranças queridas, do futuro e da memória. Pra sempre será coragem, pra sempre será vitória!" Forfun
Nossaaaa que vontade de chorar lendo isso...me identifiquei com muitas das situações acima descritas. Minha pequena pode até parecer clichê mas foi um prazer e um privilégio ter passado este ano com vc, e saiba que "eu tbm mudei quem eu era" junto contigo. te amo agora e daqui a pouco.
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