Alguém já ouviu falar sobre 'admitir é o primeiro passo para a recuperação?'. Talvez se eu admitisse mais e fingisse menos eu estaria me recuperando, mas nem o primeiro passo eu dei ainda. Eu vivi muito tempo fingindo uma vida perfeita. Eu sorria o tempo todo, nada me atingia e eu me bastava. Aí eu aprendi duramente que não era assim. O mundo não girava ao meu redor, o amor não era um jogo e eu nunca me bastaria. Quando me dei conta de cada uma dessas verdades já era quase tarde demais, precisei mudar os conceitos que havia feito parte de quase toda minha vida. Ser arrogante não era algo admirável e viver acreditando que o amor era um jogo não me isentava de ferimentos graves. E, tenho que admitir, perceber isso me trouxe a tal da 'baixa auto-estima', as noites mal dormidas, a vulnerabilidade.
Então, mais uma vez eu optei camuflar minhas verdades por ter medo que elas fossem reais demais. Eu convenci a mim e a alguns outros que eu era insensível. Eu agia como tal. Depois de algum tempo, repetindo esse termo e unindo-o à minha personalidade, alguns acreditaram incluindo a mim. Mas não era verdade, não é verdade. Eu sou sensível, talvez até demais. Eu fingia não me importar com os sentimentos dos outros e nem com os meus próprios. Mas aqui estou eu me desfazendo de todas as máscaras. Eu realmente me importo, talvez eu não faça nada com o fato de me importar. Mas eu precisava dizer que me importo.
Talvez eu nunca mais consiga admitir tão abertamente, talvez eu deixe de fingir isso. Mas nunca se sabe, então, me ouçam pelo menos dessa vez e guardem bem todas essas palavras. Não sei quando conseguirei repeti-las novamente.
'O silêncio não é tão ruim
Até eu olhar para as minhas mãos e me sentir triste...
Vou encontrar repouso em novas maneiras
Embora eu não durma há dois dias
Porque uma nostalgia fria me arrepia até os ossos.'
Owl City