Talvez seja coincidência ou um fato real, mas sempre acreditei que os melhores textos eram aqueles que continham dor. Parecia tão mais aberto, tão mais sincero. Como se aquelas palavras jorrassem de tal forma que fosse impossível contê-las dentro de si. Como se a dor saísse em cada volta de letra, em cada acento de palavra, e ficasse ali. Somente ali e não mais pesasse o coração.
Passei meses da minha vida carregando a dor e, vez por outra, liberando-a no papel. Quando relia, eram tão carregados de dor e saudade que eu precisava me preparar a cada leitura para receber aquela enxurrada de antigos sentimentos.
Vivi dessa forma meio arrastada, como quem está feliz com sua própria dor, por um bom tempo. A dor não era mais uma visita inesperada, tinha feito morada dentro de mim, e eu alegava estar bem assim.
Hoje já não há mais dor, não há visitas inesperadas, não há nada. Antigamente eu gostava de falar do sentimento, hoje falo da ausência dele. Minha dor me tirou muito, mais do que eu acreditava possuir. Ela me tirou a paixão, aquele primeiro olhar, aqueles sorrisos discretos, aquelas palavras carregadas de emoção. Perdi grande parte de toda emoção dos meus dias em troca de horas e horas de esforço para me manter inteira.
Criei o amor racional demais, o amor lógico, o amor que sabe onde pisa. Não me surpreendi mais, me privei de muitos sentimentos pra isso. A alegria era razoável, a dor era razoável, a emoção era razoável, a surpresa inexistente.
Aí, quando eu olhei para os lados pela primeira vez, acreditando estar protegida o suficiente, não havia mais nada. Não havia meu passado e nem a dor que o acompanhava. Não havia mais sol, não havia uma mão sequer para me apoiar, não havia nem o amor lógico.
Me considero curada. Curada das feridas abertas por mim e por todo o resto, das noites de insônia sem motivo aparente, das dores de amor. Curada, enfim, daquele sofrimento que eu insistentemente traduzia em palavras.
Agora ando calculando o que me restou. Tentando adquirir sentimentos menos superficiais, mas (ainda) racionais. E, todo o resto, ou eu perdi ou ainda não encontrei.
perfeito. sem mais nem menos. :)
ResponderExcluirDEMAIS, DEMAAAAIS DEMAAAIS
ResponderExcluirsim vim olhar, fiquei curiosa, e concordo plenamente cntg, nos momentos de dor, se tem mais liberdade sinceridade, e como já conversamos diversas vezes, infelizmente nao teriamos aprendido várias coisas sem a dor, então é muito bom estar do teu lado em um momento em que vc já pode estar saindo disso tudo e vendo de fora, observando o proposito e o objetivo de tudo que vc já passou!
fico muito feliz, na verdade tenho estado feliz, por tudo que anda acontecendo com vc!
conta pra sempre comigo!
te amo muito muito muito!
beijao
hm, da Bru :DDDD
guria como sempre vc escreve muito bem e como sempre vou repetir e n canso q eu estou aqui para te ouvir sempre... te amooo
ResponderExcluirNora
q tudo bah
ResponderExcluirnossa tu escreve mais do que bem tah
bjos linda e adoro
bjus da deh
amei o texto! concordo totalmente contigo!
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