quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tempo ao Tempo


Como quase tudo na sua (não tão) longa vida, ela cronometraria mais um espaço de tempo. O fato é que ela sempre o fizera assim, dava tempo ao tempo, literalmente. Dessa vez seria um tempo que ela ainda não sabia se era pouco ou muito. Os dias iriam passar de alguma forma, talvez arrastados ou talvez apressados esbarrando em tudo. Não só para ela, mas para eles. Eles só podiam sentar e esperar, mas enquanto isso o combinado era de se permitir viver. Eles sabiam que de alguma forma era necessário agir assim, meio combinado, com algumas pequenas regras e imposições. Eles teriam que aprender a apreciar a paisagem da vida que iria correr em frente a eles, separadamente. E apreciar seria não só observar, mas fazer parte da paisagem também, se perder em meio aos tons até que um esquecesse do rosto do outro ou lembrasse mais. Talvez nesse tempo eles entenderiam que realmente não era nada do que eles acreditavam, aí eles iriam se encontrar ao final do prazo e iriam constatar que eram melhores afastados. Porém tinha também a possibilidade de eles perceberem que aquele tempo afastados havia sido em vão e que eles estavam mais ligados ainda, mesmo que apenas em pensamentos.
Mas ela estava cansada de viver presa em possibilidades, em pequenas esperanças. Ela queria o que era real, ela queria algo certo. E era por essa certeza que ambos esperavam. Cada um em seu caminho, aprendendo o que fosse necessário, talvez até sofrendo vez ou outra. Mas cientes de que a resposta estava a caminho. E ela viria mais cedo ou mais tarde, nesse espaço de tempo que apenas eles sabiam quanto era, que apenas eles entendiam como seria difícil e confuso, que apenas eles contariam dia após dia esperando, que apenas eles precisavam agora. Apenas eles.

2 comentários:

  1. "Cada um em seu caminho, aprendendo o que fosse necessário, talvez até sofrendo vez ou outra." muitoo bom ;)

    te amo

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