domingo, 11 de julho de 2010

Entre nossos mundos


Proteção de pai, ciúmes de irmão, amor de algo acima de mero amigo e abaixo de um amor fraternal. Um amor difícil de explicar, mas impossível de não se sentir. Eles não eram e nunca foram perfeitos um para o outro, não havia absolutamente nada de conto-de-fadas na realidade que englobava-os. Eles eram totalmente opostos visivelmente e iguais em detalhes que só eles sabiam. A teimosia caracterizava ambos, o caráter forte, a opinião própria. Eram esses detalhes que os afastavam, sim, a semelhança os afastava. Afinal, a relação que eles tinham era algo que pessoas normais não entendiam, só eles.
Eles conseguiam manter sua palavra um com o outro, viver relativamente bem sem o outro, tudo pra mostrar que ao menos sua teimosia era verdadeira. E eles precisavam de algo verdadeiro em que se agarrar, mesmo que significasse mais uma das milhões de despedidas entre eles.
E no fundo eles sabiam que apesar das discussões, birras e desentendimentos, o que eles mais queriam era que isso passasse logo pra voltarem a se falar. A cada conversa eles se descobriam mais, conheciam partes ocultas de suas mentes e sentimentos encravados em cada coração. Era como se ele fosse o espelho da alma dela, e vice-versa.
E, era sim, uma maneira torta, meio assustadora para quem passava próximo, mas era importante para eles.
E, embora eles não se falassem há tempos, ela se lembrava constantemente dele, e ele, dela. Não era um amor daqueles de 'felizes para sempre', nem de casais, nem de família, nem de nada conhecido e tachado pelos outros. Era algo deles e não tinha rótulos.

Um comentário:

  1. E esse talvez seja o melhor amor. Pelo menos é o que eu acho.

    Lindo texto Bah ;D
    beeeijo.

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